Crowdfunding é uma estratégia de arrecadação de fundos. O significado de crowdfunding vem da união de duas palavras em inglês crowd (grupo de pessoas) e funding (financiamento). Esse termo pode ser traduzido para o português como financiamento coletivo ou investimento coletivo.
Ou seja, é reunido um número de pessoas interessadas em financiar aquele determinado projeto empregando-se para isso capital financeiro externo ao negócio.
Apesar de parecer uma iniciativa nova, o crowdfunding tem suas raízes nas décadas passadas, e podia acontecer até em iniciativas feitas através da TV, antes da inovação tecnológica permitir que ele se tornasse uma alternativa de financiamento digital.
O termo crowdfunding geralmente é usado para designar especificamente as ações feitas via internet.
O acesso a esse modelo digital de “vaquinha online” foi facilitado pela tecnologia e agora não apenas há um número maior de projetos sendo ofertados através do crowdfunding, como também há um maior número de pessoas interessadas em fazer parte disso.
Diversos tipos de iniciativas podem captar recursos através do modelo de crowdfunding, sejam eles pessoais, sociais, culturais, artísticos, jornalísticos, escritores, diversos profissionais, empresas, startups, etc. podem realizar a iniciativa.
Assim, é possível apoiar uma empresa inteira ou apenas um projeto específico dela com o crowdfunding.
Agora, você deve estar curioso para saber mais sobre o motivo disso ser feito e o que as pessoas que aportam os recursos ganham com essa iniciativa. Também deve estar querendo entender porque empresas fazem isso ao invés de solicitar um financiamento bancário, por exemplo.
Suas questões fazem sentido e vamos responder ao longo desse artigo, assim você vai ter a exata compreensão porque o crowdfunding é um modelo de captação de recursos interessante e recompensador para todos os envolvidos!
Você vai entender todas as vantagens e os motivos pelos quais você deveria considerar essa estratégia para diversificar o seu portfólio com investimentos alternativos.
Apesar do termo parecer um pouco difícil a principio, como vimos até aqui, ele também pode ser chamado de financiamento coletivo. O importante é ficar claro que ele se refere a uma maneira de levantar recursos financeiros para um projeto ter o potencial de ser executado.
Além disso, esse recurso financeiro pode ser alocado com alguns objetivos diferentes:
Doação: Esse é mais comum em iniciativas pessoais, onde você está interessado em ajudar uma pessoa a conquistar algum objetivo como fazer um tratamento médico, realizar objetivos acadêmicos, esportivos, entre outros.
Premiação: O investidor receberá algum prêmio, brinde ou benefício por ter apoiado aquela determinada campanha. Alguns exemplos são materiais como livros, acesso a shows, eventos, entre outros.
Investimento: Nesse caso, você irá aportar recursos esperando ter algum ganho naquele projeto futuramente. Assim, você pode comprar ações de uma empresa, de um projeto específico, entre outros. Seu aporte irá permitir que a empresa finalize aquela iniciativa e você se tornará uma espécie de sócio que receberá retorno financeiro a partir disso. Entenda mais sobre isso em equity crowdfunding.
Alguns setores que você pode investir na modalidade de crowdfunding são:
Agronegócio
Educação
Tecnologia
Startups
Eventos e Shows
Mercado imobiliário
Geração de energia distribuída
Setor comercial
Distressed assets (ativos judiciais)
Desse modo, os idealizadores do projeto dividem uma alta soma entre todas as pessoas interessadas em contribuir para que aquele projeto avance, seja realizado. No crowdfunding esse valor pode ser rateado entre milhares de pessoas sem a necessidade passar por toda a mesma burocracia que a solicitação de um financiamento bancário, por exemplo, o que o torna muito mais vantajoso para os envolvidos.
O processo de investimento é semelhante na maioria das plataformas de crowdfunding. O projeto é apresentado em uma página online com as informações relevantes sobre o produto/serviço, a empresa que irá realizá-lo, seus idealizadores, o montante que precisa ser arrecadado e quanto cada pessoa pode contribuir para para sua realização. Nessa página constará todos os dados relevantes para que o investidor tome a sua decisão.
Assim, a empresa deve deixar bem claro por que investir naquela ideia com o objetivo de tirá-la do papel. Antes de ser publicada na plataforma de captação de recursos, essa proposta passará por uma avaliação da plataforma que irá checar se as informações são verdadeiras, a fim de que o investidor não se sinta enganado.
Após essa checagem, o projeto fica disponível e os interessados podem escolher as ideias que mais tem interesse e afinidade para fazerem seu investimento. É importante ressaltar que toda campanha tem um prazo e após encerramento é verificado se ela bateu a meta daquele crowdfunding ou não e os investidores são informados dos próximos passos.
Você já deve ter visto ou conhece alguns projetos realizados por meio do crowdfunding, como o Pebble Time, um relógio inteligente que realiza múltiplas funções para o usuário e pode ser conectado ao seu smartphone. Em 2015 ele obteve US$ 1 milhão em apenas 30 minutos após sua publicação na plataforma de crowdfunding.
Até aqui, nós entendemos que o crowdfunding é uma maneira inteligente de unir o público interessado em uma ideia aos seus criadores. No Brasil já há diversas plataformas realizando essa ponte entre os interessados. Desde 2017, esse modelo de arrecadação de recursos já é regulamentado no Brasil pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Mas, apesar de muito interessante, poucas pessoas saem investindo o dinheiro delas assim, sem entender do que se trata exatamente aquele projeto e qual o potencial dele no mercado, no caso de empresas e startups.
Caso a sua participação em uma ação de crowdfunding não seja uma doação ou apoio a algo que você gosta sem o objetivo de retorno financeiro, é fundamental conhecer mais sobre o negócio no qual será aplicado os seus recursos.
Sendo assim, é fundamental que você pesquise a empresa, investigue a sua participação no mercado, tempo de atuação, capacidade de manter-se economicamente ativa, seus fundadores, o público de interesse, o potencial de mercado do projeto em questão, entre outros.
Vá além do que está descrito na plataforma de crowdfunding, caso tenha dúvidas, pesquise mais sobre a iniciativa. Vale até tentar um contato pessoal com os idealizadores, caso seja possível.
Antes de investir avalie todas as variáveis e veja se está de acordo com o propósito daquele projeto no mercado.
Atualmente, o crowdfunding já é responsável por movimentar mais de 65 bilhões anualmente em todo o mundo. Ou seja, já se tornou uma alternativa comum para financiamento de projetos e diversificação de investimentos.
O valor a ser investido varia de acordo com cada plataforma e também pelo montante que a empresa deseja arrecadar, além do número de pessoas definido anteriormente para fazer parte daquele projeto.
Assim, nós podemos encontrar crowdfundings com investimentos a partir de R$ 10,00. Alguns projetos maiores que envolvem startups e empresas podem ter valores um pouco superiores a esses.
O objetivo final é a arrecadação do valor necessário para viabilizar aquela ideia.
Para verificar projetos, entender como funciona e quais valores a ser investidos, pesquise por plataformas como:
Bloxs
Kria
SMU
CapTable
EqSeed
Hurst
Urbe
Glebba
É importante ressaltar que para que um projeto seja realizado é determinado um valor como meta. Assim, o crowdfunding é lançado em uma plataforma específica para esse tipo de arrecadação, com informações sobre ele e a meta necessária para sua realização.
Caso não atinja esse montante informado inicialmente, e o modelo de arrecadação seja “tudo ou nada” o valor que foi destinado ao projeto pode ser devolvido aos participantes, ou seja, ela volta para os investidores, se esta for a definição daquele crowdfunding.
Como falamos um pouco acima, existe um modelo de crowdfunding, onde o investidor pode se tornar um sócio na empresa que recebe o aporte.
Esse modelo é chamado equity crowdfunding. Nesse caso, os investidores recebem o retorno na forma de participação societária (equity) ou de títulos conversíveis de dívida que, no futuro, podem ser convertidas em participação societária (equity) da empresa investida.
Essa modalidade é mais comum quando se trata de investimento em startups. Assim, quando uma startup precisa de uma rodada de investimentos para continuar crescendo ou apostar em algum projeto específico, ela pode abrir um equity crowdfunding e estabelecer uma meta de captação.
Geralmente, o valor mínimo captado é calculado em dois terços do valor inicial estabelecido. Caso não atinja o valor desejado, ela pode cancelar e devolver os valores, conforme já citamos em um trecho acima, ou optar por continuar captando se ainda houver investidores interessados na operação.
O fato é que apesar da pandemia ter diminuído o número de investimentos em 2020, em 2021 experimentamos um novo crescimento no número de investimentos. Isso evidencia um aumento do interesse de investidores no equity crowdfunding e o seu alto potencial no mercado como diversificação de investimentos.
Outro ponto importante a abordarmos antes de encerrar nosso artigo é sobre os exits no equity crowdfunding.
Isso significa que quem aposta na startup espera obter lucros através dos chamados eventos de liquidez (exits). Assim, o investidor tem como meta vender sua participação no negócio para obter os retornos de acordo com a valorização daquela startup.
O retorno desse financiamento coletivo de startups, os exits, podem ocorrer quando a startup é adquirida por outra empresa, quando o investidor vende a sua participação ou quando a startup realiza um IPO (oferta pública inicial) na bolsa de valores.
Agora que você já entendeu como funciona todo processo de crowdfunding, percebeu como é simples e fácil e as vantagens e benefícios desse modelo, esperamos que você esteja pronto para começar a diversificar suas opções de investimentos usando esse recurso que está a sua disposição e é cada vez mais utilizado no Brasil e no mundo!